A coleção “Clássicos do Choro”

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A série “Clássicos do Choro Brasileiro – Você é o Solista” corresponde a álbuns play-along para flauta, clarinete, bandolim e saxofone.

Listamos a seguir os principais objetivos que queremos atingir com o projeto.

“Ser feliz e fazer os outros felizes...”

Recordo-me perfeitamente do primeiro dia de aula de flauta transversal com o saudoso Professor João Dias Carrasqueira. Logo após me apresentar, fui imediatamente inquirido: - “Por que você gostaria de aprender a tocar flauta?” A pergunta foi inusitada, e de repente percebi que não conseguia encontrar as palavras para explicar exatamente a razão. Pensei em responder: - “Porque quero aprender a tocar Pixinguinha, Bach e Vivaldi”, mas essa resposta não me parecia responder adequadamente à pergunta. Vendo minha hesitação, o Professor disse: - “Deixe-me dizer-lhe o porquê: você quer aprender a tocar flauta para ser feliz e fazer as pessoas felizes”.

A resposta, de construção simples mas significado profundo, além de causar grande impacto em mim - então um garoto de dezenove anos de idade - vem se materializando de forma crescente a cada vez que toco, quer sozinho ou em público.

É principalmente com a filosofia do Professor João Dias Carrasqueira em mente que resolvemos gerar este trabalho: permitir que pessoas no Brasil, Estados Unidos, Japão e muitos outros países pelo mundo afora possam ser felizes e fazer outras pessoas felizes, solando em seus instrumentos um dos mais lindos estilos de música conhecidos no mundo: o Choro Brasileiro.

“Tocando com seu próprio regional...”

Acredito também que seja o sonho de muita gente (e aqui eu me incluo) poder tocar Choro acompanhado de um regional de primeiro nível. Por essa razão, aqui está um outro objetivo que queremos atingir: permitir que você tenha um regional de Choro “virtual” de altíssimo nível sempre à sua disposição, quer você esteja em casa, no campo ou na praia... Você vai se realizar tocando Choro onde e quando quiser. Os dias de tocar Choro desacompanhado agora fazem parte do passado!

“Preservando a história escrita do Choro Brasileiro...”

O Choro tem uma tradição oral muito forte, na qual a música executada (e não escrita) é passada de um músico a outro. Para dificultar ainda mais, de uma forma geral, a edição de partituras de Choro sempre foi muito precária no Brasil. Tem sido prática comum entre os músicos do Choro (Chorões) simplesmente memorizar a música ouvida em uma roda de Choro ou gravação, passando a tocá-la daquela forma ou, às vezes, introduzindo adaptações nas versões por eles ouvidas. Outros escrevem o que ouviram em partituras e utilizam o que escreveram como referência.

O grande problema disso é que, via de regra, a partitura gerada acaba não correspondendo ao material originalmente criado pelo autor, por ter sido escrita a partir da interpretação dada por um determinado músico. Pessoalmente, posso dizer que utilizei esse recurso nos anos 70, só vindo a descobrir que estava tocando vários choros de forma “errada” (ou de maneira diferente daquela originalmente escrita pelo autor) vinte anos depois, quando finalmente tive acesso às respectivas partituras originais (algumas delas manuscritas e graciosamente cedidas pelo maior flautista de Choro que o mundo já conheceu, Altamiro Carrilho).

A Choro Music pretende gerar pelo menos um álbum do gênero “play-along” para cada compositor brasileiro de Choro de sucesso, do presente ou do passado. A biografia do autor, a respectiva relevância para a história do Choro e suas principais composições estarão disponíveis nesses álbuns.

Com isso, estaremos atingindo outro objetivo do trabalho, que é o de colaborar para que a história escrita do Choro Brasileiro seja recuperada, documentada e preservada.

“Globalizando o Choro...”

Por último, queremos voltar a enfatizar que o objetivo da Global Choro Music, ou somente “Choro Music”, é globalizar o Choro. O que se pretende é que qualquer pessoa do mundo, músico ou leigo, que nunca tenha ouvido falar em Choro, possa descobri-lo simplesmente ouvindo as músicas deste trabalho ou vivenciando uma experiência ainda mais profunda: descobrir o Choro tocando as composições dos maiores autores de Choro de todos os tempos.

Envidamos todos os esforços para permitir que todas as músicas dos álbuns possam ser tocadas com a flauta, clarineta, bandolim, saxofone alto, tenor e soprano.

Essa foi a premissa que norteou a concepção deste trabalho. Em especial vale observar que um terço de todo o material impresso dos álbuns corresponde às partituras para instrumentos em Mi bemol, que no mundo do Choro basicamente reflete num único instrumento: o saxofone Alto. Fizemos isso por três motivos: em primeiro lugar porque o sax alto tem muitas décadas de tradição dentro do Choro e, ironicamente, pouquíssimos trabalhos em Choro dão algum foco a esse instrumento; em segundo, para fazer felizes os apaixonados pelo sax alto (eu me incluo nessa lista), e finalmente, porque queremos levar o Choro à imensa quantidade de jovens que se iniciam em música através do sax alto nos EUA e Japão.

Com relação ao Regional de Choro, decidimos utilizar a formação que se consagrou com o tempo, ou seja: violão de sete cordas, violão de seis cordas, cavaquinho e pandeiro. Existem muitas outras formações que foram e ainda são utilizadas nos Regionais de Choro, que incluem na harmonia instrumentos como o banjo, o bandolim, o baixo elétrico ou um segundo violão de seis cordas, bem como outras diferentes combinações de instrumentos de percussão (o tamborim e o chocalho são alguns exemplos). Preferimos, no entanto, ser fiéis à formação que inicialmente surgiu no início do século XX com a introdução do violão de 7 cordas, que acabou se consagrando nos anos seguintes.

Convidamos também músicos de destaque no mundo do Choro no Brasil para participar deste trabalho, para que você pudesse ter referências de outros instrumentos e nos fosse possível apresentar diferentes estilos de execução do Choro.

Por fim gostaríamos de receber sua opinião e/ou sugestões sobre este trabalho.

Daniel DalarossaDaniel Dalarossa
Fundador e Presidente